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Formação das palavras

Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja formada por apenas um radical, diz-se que foi formada por derivação; por dois ou mais radicais, composição. São os seguintes os processos de formação de palavras:

 

Derivação

 

Formação de novas palavras a partir de apenas um radical.

 

Derivação Prefixal:

 

Acréscimo de um prefixo (anterior ao radical) à palavra primitiva; também chamado de prefixação. Por exemplo:

 

antepasto, em que o prefixo ante– foi acrescido ao vocábulo pasto, cujo significado pode ser qualquer tipo de alimento, comida; antepasto, portanto, significa antes da comida.

 

reescrever, em que o prefixo re– foi acrescido ao vocábulo escrever. Não há hífen nesse vocábulo por o prefixo re- ser uma exceção: nunca haverá hífen diante dos prefixos co-, re-, pro- (som fechado), pre- (som fechado), trans-, an-, des-, in-.

 

inábil, em que o prefixo in– foi acrescido ao vocábulo hábil.

coerdeiro, em que o prefixo co- foi acrescido ao vocábulo herdeiro. Não há hífen nesse vocábulo por o prefixo co- ser uma exceção: nunca haverá hífen diante dos prefixos co-, re-, pro- (som fechado), pre- (som fechado), trans-, an-, des-, in-.

 

Derivação Sufixal:

 

Acréscimo de um sufixo (posterior ao radical) à palavra primitiva; também chamado de sufixação. Por exemplo:

 

felizmente, em que o sufixo -mente foi acrescido ao vocábulo feliz.

 

igualdade, em que o sufixo -dade foi acrescido ao vocábulo igual.

 

Derivação Prefixal e Sufixal:

 

Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de prefixação e sufixação. Por exemplo:

 

infelizmente, em que o prefixo in- e o sufixo -mente foram acrescidos, em tempos diferentes, ao vocábulo feliz.

 

desigualdade, em que o prefixo des– e o sufixo -dade foram acrescidos, em tempos diferentes, ao vocábulo igual.

 

Serem acrescidos em tempos diferentes significa que houve a formação prefixal antes da sufixal, ou vice-versa. Por exemplo, antes se formou o adjetivo infeliz pela anteposição do prefixo in- ao adjetivo feliz; depois se formou o advérbio infelizmente pela posposição do sufixo -mente ao adjetivo infeliz, ou vice-versa.

 

Derivação Parassintética:

 

Acréscimo de um prefixo e de um sufixo simultaneamente; também chamado de parassíntese. Por exemplo:

 

envernizar, em que o prefixo en– e o sufixo -ar foram acrescidos ao vocábulo verniz.

 

enrijecer, em que o prefixo en– e o sufixo -ecer foram acrescidos ao vocábulo rijo, que perdeu a vogal temática -o.

 

Observe que, na derivação parassintética, não houve a derivação prefixal antes da sufixal nem vice-versa; ambos os afixos foram colocados simultaneamente.

 

Derivação Regressiva:

 

É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra derivada com ou sem acréscimo de uma vogal temática. Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivo debate; do verbo castigar, retira-se a terminação verbal -ar e acrescenta-se a vogal temática -o: formou-se o substantivo castigo.

 

Derivação Imprópria:

 

É a formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical sem acréscimo ou retirada de elemento algum do radical. Por exemplo: a palavra gelo é um substantivo, mas pode transformar-se em um adjetivo: camisa gelo.

 

Composição

 

Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais.

 

Composição por justaposição:

 

Na união, os radicais não sofrem alteração alguma em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais ponta e , obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre com mandachuva, passatempo, guarda-pó, paraquedas, paraquedista, paraquedismo, para-raios, madressilva, cana-de-açúcar, etc.

 

Composição por aglutinação:

 

Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o desaparecimento de um a. O mesmo acontece com embora (em boa hora) e planalto (plano alto).

 

Hibridismo:

 

É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes. Por exemplo: automóvel, sociologia e burocracia em que se une um radical grego a outro latino.

 

Onomatopeia:

 

Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.

 

Abreviação Vocabular:

 

Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais curta. Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; de cinematografia, cinema ou cine, de gigabyte, giga. Os elementos formados passam a ser tratados como autônomos. Então, na pluralização, obedece-se às regras da palavra primitiva: Dez gigas; duas fotos.

 

Siglas:

 

As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome: Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).

As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba por sílaba como ocorre com qualquer palavra. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.

 

Neologismo semântico:

 

Uma palavra é formada por neologismo semântico quando se dá um novo significado, somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra legal significa, segundo os dicionários, dentro da lei; a esse significado soma-se outro: pessoa boa, pessoa legal.

 

Empréstimo linguístico:

 

É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modificar, ela deverá ser escrita entre aspas, o que, no Brasil, passou a ser letra morta, ou seja, ninguém usa. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, “show”, xampu, “shopping center”, on-line.

 


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