As letras i e u serão acentuadas, independentemente da posição na palavra, quando formarem hiato tônico com a vogal anterior, sem consoante na mesma sílaba, exceto “s”, sem semivogal na mesma sílaba e sem NH na sílaba posterior.
– saída, ataúde, miúdo,
– sairmos, balaústre, juiz,
– rainha, ruim, juízes.
– caiu: há a formação do hiato entre o i e o a (ca-iu), mas há a semivogal u na mesma sílaba do i.
– instruiu: há a formação do hiato entre o i e o u (ins-tru-iu), mas há a semivogal u na mesma sílaba do i.
– pauis, plural de paul (terra encharcada, pântano), separa-se silabicamente pa-uis. Há o hiato entre o u e o a, mas há a semivogal i na mesma sílaba do u.
Algumas exceções: xiita, sucuuba (espécie de árvore), paracuuba (espécie de árvore). Como duas vogais idênticas obrigatoriamente formam um hiato, não há necessidade de se acentuarem essas palavras para indicar essa formação.
O internauta Edilson Constantino encontrou no Volp as palavras carií e marií acentuadas e nos enviou uma mensagem perguntando-nos o porquê desses acentos. Pesquisando-as nos dicionários, obtivemos as seguintes respostas:
Dicionário Priberam: Não registra nenhuma delas;
Dicionário Michaelis: Não registra nenhuma delas;
Dicionário Houaiss: Não registra nenhuma delas;
Dicionário Aurélio: registra somente carii, sem acento, com o significado de indivíduo dos cariis, sem acento também, povo indígena extinto que habitava a região em que se fundou a cidade de Niterói, RJ.
No Houaiss, há a palavra tapií, com acento, com o significado de espécie de formiga, também chamada de tocandira, e a palavra tapiíra, com acento, cujo significado é anta. O Aurélio, porém, não as acentua: tapii, tapiira.
O Volp, livro de papel, acentua ambas, mas a Academia Brasileira de Letras divulgou um documento intitulado Encarte com as correções e aditamentos do Volp retirando o acento (tapii, tapiira), e os outros dicionários não registram tais palavras.
O problema reside no seguinte: como duas vogais idênticas obrigatoriamente formam um hiato, não há necessidade de se acentuarem as palavras com ii e com uu, já que o acento serve para indicar que ali ocorre um hiato.
Não haver necessidade não significa que o acento seja proibido. Como observamos, alguns julgam o acento necessário; outros não. O Gramática On-line julga não haver necessidade e não as acentua. De mais a mais, se é para acentuar uma, todas devem ser acentuadas!
Outra observação a respeito desse assunto: Se o segundo i for tônico e estiver na antepenúltima sílaba, será acentuado, pois todas as proparoxítonas o são. Proparoxítona é a palavra com a tonicidade na antepenúltima sílaba. Por exemplo:
– iídiche, feiíssimo.
Acentuam-se as letras i e u precedidas de ditongo decrescente (ao, au, ei, ui…) quando fizerem parte de palavras oxítonas:
– Piauí, tuiuiú, teiú
Não se acentuam, porém, as letras i e u precedidas de ditongo decrescente (ao, au, ei, ui…) quando fizerem parte de palavras paroxítonas, exceto os casos em que a palavra se inclua em regra de acentuação tônica:
– feiura, bocaiuva, baiuca,
– taoismo, taoista, Maiume (nome próprio), feiinho (de feio).
– Maiúmi (também nome próprio) – é acentuado por ser paroxítona terminada em i.
Observe atentamente estas duas palavras: repeti-lo e atribuí-lo.
Por que repeti-lo sem acento e atribuí-lo com acento? Veja a explicação:
Em atribuí-lo há a formação do hiato i tônico com a vogal anterior, sem consoante na mesma sílaba e sem nh na sílaba posterior.
Em repeti-lo não há a formação do hiato. O que ocorre é uma palavra oxítona terminada em i, e as oxítonas terminadas em i não são acentuadas.