Ortoepia ou ortoépia é a correta pronúncia dos vocábulos.
Esse vocábulo é formado por ort(o)-, cujo significado é “reto, direito, correto…” e -épos, no sentido de “o que se exprime por palavras”.
O contrário, ou seja, a pronúncia irregular dos vocábulos, denomina-se cacoepia ou cacoépia. Formado por cac(o)-, cujo significado é “ruim, mau”, e -épos.
Vejamos algumas orientações a respeito dessa matéria:
1- Pronúncia adequada de E e de O:
A- Deve-se pronunciar com O fechado as seguintes palavras:
crosta
alcova (quarto de dormir sem passagem para o exterior)
bodas
pousa (conjugação do verbo pousar)
foro
B- Deve-se pronunciar com O aberto as seguintes palavras:
coldre (estojo para revólver)
probo (honesto)
caroços, fossos, miolos, trocos
C- Deve-se pronunciar com E fechado as seguintes palavras:
caminhoneta ou camioneta
em que pese (= apesar de)
o interesse (mas com E aberto “eu interesso, você interessa, que eu interesse”)
As formas dos verbos terminados em -ejar, -elhar, como bocejar, apedrejar, ajoelhar, espelhar…
Eu bocejo, você boceja, que eu boceje…
Eu ajoelho, você ajoelha, que eu ajoelhe…
As formas dos verbos terminados em -echar que se conectem com substantivos com E fechado:
O fecho (com E fechado), então eu fecho, você fecha, que eu feche (com E fechado)
Se o verbo se conectar com substantivos com E aberto, as formas serão pronunciadas com E aberto:
A flecha (com E aberto), então eu flecho, você flecha, que eu fleche (com E aberto)
D- Deve-se pronunciar com E aberto as seguintes palavras:
grelha
caminhonete ou camionete
2- Pronúncia adequada de todos os fonemas das palavras:
A- Deve-se pronunciar (e escrever nas redes sociais) o R final dos verbos:
cantar, e não “cantá”
estar, e não “está”
Obs.: Já recebi por inúmeras vezes a dúvida referente ao verbo “estar”: Quando escrever “está”, e não “estar”?
A forma “está” é a terceira pessoa do singular (ele, ela, você, o senhor…) do presente do indicativo (tempo caracterizado pela frase ‘Todos dias, eu…”) do verbo “estar”. Por exemplo:
Ele está preparado para o combate.
abóbora, e não “abobra”
reivindicar, e não “revindicar”
touro, e não “toro”
queixa, e não “quexa”
aleijar, e não “alejar”
banheiro, e não “banhero”
mesmo, e não “memo”
viagem, garagem, e não “viage, garage”
cabeleireiro, e não “cabelerero”
murchar, e não “muchar”
drible, e não “dibre”
supersticioso, e não “superticioso”
calvície, e não “calvice”
companhia, e não “compania”
próprio, propriedade, e não “própio, propiedade”
retrógrado, e não “retrógado”
álcool, alcoolista, e não “álcol, alcolista”
chimpanzé, e não “chipanzé”
manteiga, manteigueira, e não “mantega, mantegueira”
prostrar, prostração, e não “prostar, prostação”
reincidência, e não “reicindência” (re + incid(ir) + ência)
roubar, estourar, e não “robar, estorar”
B- Não se devem acrescentar fonemas:
pneu, e não “pineu ou peneu”
frear, enfear, e não “freiar, enfeiar”
bandeja, e não “bandeija”
advogado, psicólogo, e não “adevogado, pisicólogo”
ritmo, e não “ritimo”
mortadela, e não “mortandela”
mendigo, e não “mendingo”
beneficente, beneficência, e não “beneficiente, beneficiência”
gnomo, e não “guinomo”
absurdo, e não “abisurdo”
captar, e não “capitar”
estagnar, e não “estaguinar”
impregna, e não “impreguina”
caranguejo, e não “carangueijo”
asterisco, e não “asterístico”
engajar, e não “enganjar”
prazeroso, e não “prazeiroso”
salsicha, e não “salchicha”
C- Não se devem substituir fonemas:
cabeçalho, e não “cabeçário”
bueiro, e não “boeiro”
cuspir, cuspe, e não “guspir, guspe”
empecilho, e não “impecilio”
privilégio, e não “previlégio”
estuprar, estupro, e não “estrupar, estrupo”
pequeno, e não “piqueno”
seguro, e não “siguro”
comer, e não “cumer”
abelha, e não “abeia”
mulher, e não “muié”
lagartixa, lagarto, e não “largatixa, largato”
iogurte, e não “iorgute”
umbigo, e não “imbigo”
meteorologia, e não “metereologia”
intitular, e não “entitular”
bueiro, e não “boeiro”
cinquenta, e não “cincoenta”
eletricista, e não “eletrecista”
inigualável, e não “inegualável”
irrequieto, e não “irriquieto”
jabuticaba, e não “jaboticaba”
meritíssimo, e não “meretíssimo”
problema, e não “pobrema
trouxe, e não “trusse”
disenteria, e não “disinteria, desinteria”
despender, e não “dispender”
tóxico (ks), e não “tóchico”
anteontem, e não “antiontem ou antes de ontem”
tossir, e não “tussir”
umedecer, e não “umidecer”
D- Não se devem trocar fonemas de posição:
caderneta, e não “cardeneta”
muçulmano, e não “mulçumano”
bicarbonato, e não “bicabornato”
E- Não se devem nasalizar os seguintes fonemas:
sobrancelha, e não sombrancelha
mendigo, e não “mendingo”
mortadela, e não “mortandela”
banana, e não “bãnana”
mas, e não “mãs”
F- Pronuncia-se o U nas seguintes palavras:
arguição, arguir (contestar)
exíguo, exiguidade (pequeno)
delinquir
quinquagésimo, quinquagenário, quingentésimo, quinquênio
quiproquó (equívoco; a confusão causada por um equívoco)
G- Não se pronuncia o U nas seguintes palavras:
adquirir
distinguir
extinguir
exangue (sem sangue; enfraquecido)
aqueduto
equitação
questão (não existe questã)
H- É facultativa a pronúncia do U nas seguintes palavras:
antiguidade
sanguíneo
equidade (igualdade, imparcialidade)
equivalente, equivaler
liquidar, liquidação
líquido
I- Segundo o Volp (Vocabuláriio Ortográfico da Língua Portuguesa), pronuncia-se o E aberto ou fechado, facultativamente, nas seguintes palavras:
ileso (sem lesão ou ferimento)
obsoleto (antigo; antiquado)
cerda
obeso
destro (direito; astuto, rápido)
bofete
J- Segundo o Volp (Vocabuláriio Ortográfico da Língua Portuguesa), pronuncia-se o O aberto ou fechado, facultativamente, nas seguintes palavras:
suor
algoz (carrasco)
poça