Quem nunca comeu uma porção de pedaços de frango fritos deliciosos? O leigo em Gramática da Língua Portuguesa não se importa se no cardápio a expressão esteja escrita com ou sem crase, mas o pobre vestibulando se angustia quando, num dia, vai a um estabelecimento cujo cardápio apresenta a expressão com crase e, noutro, a outro que a apresenta sem crase. Afinal, qual o certo?
Usa-se o acento indicador de crase somente diante de palavras femininas, com uma única exceção: se, diante da palavra masculina, houver subentendida a expressão “moda de” ou “maneira de”. Por exemplo, quando Ronaldo, o Fenômeno, rapou a cabeça, com exceção da parte frontal, criou uma moda. Alguns jovenzinhos daquela época passaram a usar os cabelos à Ronaldo, ou seja, à moda de Ronaldo. Depois cabelos à Neymar – à moda de Neymar. Essas expressões podem estar subentendidas também diante de palavra femininas: As garotas usavam roupas à Xuxa – à moda de Xuxa.
Na culinária, há diversas expressões em que essas expressões ficam subentendidas:
– Bife à milanesa (à moda de Milão);
– Espaguete à bolonhesa (à moda de Bolonha);
– Pizza à portuguesa (à moda portuguesa).
Observe que em todas as expressões apresentadas, surge a pessoa que criou a moda ou o lugar em que há essa moda. O mesmo não ocorre com dois pratos muito famosos no nosso país: “filé a cavalo” e “frango a passarinho”. Não se trata de um filé à moda de cavalo nem de frango à moda de passarinho, por isso não há o acento indicador de crase nessas expressões.